quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Profissão Docente e Contemporaneidade

A questão de ser professor, com o passar dos anos, tornou-se mais esquecida e desvalorizada. O medo de formar-se na graduação e depois passar a vida inteira no cheque especial está desincentivando até mesmo aquele que, quando era criança, brincava de ser o professor de seus amigos. Os investimentos em outras áreas do Brasil são supervalorizados em comparação à educação. Esses dados tornam-se contraditórios, pois todo mundo sabe (ou deveria saber) que só com uma educação formam-se cidadãos completos e que um país pode realmente ir pra frente com sua riqueza distribuída de maneira mais justa entre a população. É explicitado no texto de PANIN e MARTINEZ (2009) que o professor possui dois duas condições de realizações de trabalho: as intrínsecas (subjetivas, como: alegrias e angústias da profissão em relações sociais) e as extríncicas (objetivas, como: salário, carreira...). Essas condições relacionam-se entre si para a formação de um professor realizado.
Ser professor não necessita apenas de vontade, mas sim de paciência (por um progresso) e de aceitação da desvalorização da profissão. E não é desde hoje que existe esse rejeição à profissão (e a educação de qualidade). O Brasil demorou muito para expandir as escolas da capital dos estados até o interior deles, a formar dignamente os docentes, a criar medidas de avaliação do ensino... A formação de professores e a educação para a maioria da população começaram tarde e sofrem por isso até os dias de hoje, pois ainda estamos em um processo de aperfeiçoamento da educação, que em alguns países esse processo é antigo e agora convivem com os benefícios da população escolarizada pode trazer à uma sociedade. 
Um dos movimentos educacionais que o Brasil passa é cada vez mais aumentar a demanda por professores, pois há mais alunos nas escolas e no ensino superior... É questionável a rivalidade  "quantidade x qualidade" de alunos e professores... Com o movimento da democratização da escola básica, tornando-se ela para todos, mais alunos frequentam a escola (de todas as faixas econômicas). Entretanto, se eles não possuírem um professor qualidade e um ambiente digno para estudarem, a questão de colocar todos na escola torna-se contraditória também, pois o que que adianta irem para aula e não conseguirem aprender? É possível ver que educação tem para todos, mas não propriamente o conhecimento! Por isso, outro movimento educacional é o da avaliação dos alunos por meio de provas nacionais e estaduais, para ter conhecimento do nível dos alunos brasileiros.
Os docentes existentes são aqueles que provavelmente amam sua profissão, mas não amam o que ela traz para suas vidas em questão financeira e de benefícios, ou seja, contentam-se com a condição intrínseca que a profissão de docente traz a eles.. A insatisfação dos professores gera um déficit na qualidade do ensino, que só pode ser mudada com a valorização de sua profissão... Mas como valorizar se desde a escola temos a imagem do professor que trabalha demais e ganha de menos? Se estressa demais e é recompensado de menos?
Essa questão só poderá mudar no dia em que a população eleger alguém que valoriza a educação e irá mudar a nossa realidade! E como estamos no período de eleições, é bom rever quem será eleito!
Ilustração: Mario Kanno
DESVALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE: Só 2% dos alunos entrevistados pretendem cursar Pedagogia ou alguma Licenciatura, carreiras pouco cobiçadas por alunos das redes pública e particular.

http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/carreira/ser-professor-escolha-poucos-docencia-atratividade-carreira-vestibular-pedagogia-licenciatura-528911.shtml

Um comentário:

  1. Oi querida,

    a tua reflexão está muito interessante, mas senti falta de um "diálogo" mais próximo com os autores. Procure trazer algo dos textos para corroborar os teus argumentos, ok?
    Qualquer dúvida, por favor, entre em contato!
    Um carinhoso abraço,
    Profa. Nádie

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